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Helicicultura - A criação de escargot ou caracol no Brasil

A criação de escargot ou caracol, no Brasil, teve início na década de setenta e de uma maneira mais intensiva e comercial a partir dos anos oitenta, com criadores dos Estados do Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
Nesta época, não havia muitas informações a respeito, apenas versões apressadas de manuais franceses, que acabavam por incorrer em muitos erros e orientações que não se adaptavam as condições locais. Agora, na década de 90, a febre de se criar escargots ressurgiu em vários pontos do país e a procura por conhecimentos e uma tecnologia de criação recomeçou.

Neste sentido, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, por estar situada numa região onde se concentravam muitos heliários (criatórios de escargots), começou a ser solicitada pelos criadores em busca de mais informações sobre a atividade.
Assim, através do Departamento de Nutrição e Avaliação do Animal, do Instituto de Zootecnia, deu-se início, há sete anos, as pesquisas sobre a helicicultura (criação de escargots), com o objetivo de se definir um conjunto de práticas e técnicas de manejo que melhor se adaptasse as condições tropicais do pais.

O escargot é um molusco terrestre da espécie Hélix, sendo os mais conhecidos o Petit gris, o Gros gris, o Gros blanc e o Gigante chinês. De hábitos noturnos, o escargot precisa de condições ambientais favoráveis para viver: temperatura entre 16 e 25° C, umidade relativa mínima de 80% e fotoperíodo. Durante o dia procure abrigos úmidos e escuros, protegidos de ventos. A temperatura abaixo de 10°C, geralmente entra em hibernação, acima de 25°C entra em estiva e, abaixo de 0°C, a água dos seus tecidos congela, ocasionando sua morte.

Segundo o zootecnista Edson Assis Mendes, professor e pesquisador da UFRRJ, no Brasil, durante vários anos, houve uma predominância da espécie Petit Gris (Hélix aspersa aspersa) devido ao caráter empírico das criações. Entretanto, quando trabalhos científicos começaram a mostrar resultados, a espécie Gros gris (Hélix aspersa máxima) ganhou espaço e atualmente é produzida pela maioria dos helicicultores. Com tecnologia apropriada, o Gros gris já é abatido com 10 gramas de peso vivo e idade entre 100 e 120 dias, confinados em caixas de plástico ou madeira, em ambiente com temperatura media de 25°C e UR mínima de 80%, alimentados com ração balanceada e ausência total de terra, exceto nas caixas de matrizes, onde coloca-se copos pare desova com 2/3 de terra.

As pesquisas desenvolvidas pelo professor Edson e sua equipe originaram um projeto piloto para implantação de uma helicicultura adequada a pequenos espaços, permitindo uma produção de 58 kg de peso vivo/m2 ao ano, com 60% de rendimento de carcaça, e ainda, após a estabilização do rebanho a partir da 24a semana, o início da comercialização de matrizes selecionadas. Outras conclusões que adequam a helicicultura pare nossas condições ambientais são:

O ambiente ideal para o escargot confinado é conseguido com a utilização de umidificadores, desenvolvidos pelo zootecnista José Luiz da Cunha Machado, e/ou condicionador de ar. Nos laborat6rios da UFRRJ, apenas usando umidificador, consegue-se manter as condições ambientais necessárias.

A densidade máxima recomendada e de 400/200/100 animais por m2 nas 1a, 2a e 3a fases respectivamente. Um aumento muito grande de população induz o escargot a abandonar a concha causando sua morte, a roer sua própria concha ou a dos outros animais. Comportamento este que pode também estar ligado a deficiência de cálcio.

A nutrição indica o uso de ração balanceada com teores de 18% de proteína bruta, 3100 kcal/kg de energia bruta e relação Ca/P de 16:1. Níveis estes conseguidos quando se utilize a seguinte receita: 70% de fubá de milho; 27% de farelo de soja; 1,5% de farinha de ostra; 0,6% de farinha de osso calcinado; 0,4% de premix e 0,5% de sal fino. Sendo que a farinha de ostra deve ser suplementada em recipiente a parte.

Quanto a reprodução, o escargot, tem uma copula que dura até 12 horas. A postura dos ovos e feita em copos de vidro ou plástico rígido, preparados pare este fim, contendo 2/3 de terra fofa e úmida. O ovos devem ser transferidos para outros copos com terra esterilizada para evitar sua contaminação pela mosca do cemitério, e após 14 dias ocorre a eclosão de 75 a 120 filhotes. Entretanto, nos laboratórios do Instituto de Zootecnia vem sendo conseguido, com sucesso, a eclosão em ausência total de terra, apenas mantendo-se as condições ambientais ideais. Experiência, essa, que já vem sendo conseguida, também na França.

Criar escargots no Brasil tem futuro promissor. Atualmente toda a produção do país, em torno de 25 toneladas anuais, é consumida internamente e a tendência e aumentar a cada dia com a popularização do uso culinário. O mercado externo também é amplo, especialmente na Europa. Na França, por exemplo, são consumidas mais de 45 mil toneladas anualmente.

Fonte: www.cpt.com.br.

Festival do Caracol e da Sangria - Santarém 31 de Julho a 2 de Agosto

Começa amanhã o Festival do Caracol e da Sangria, que terá lugar na sede do CCFC da Portela das Padeiras, em Santarém.
Neste festival poderá deliciar-se com variadas receitas de caracóis acompanhadas com a deliciosa sangria, e terá também bar jovem e animação musical nas noites de Sexta e Sábado.




Festival do Caracol Saloio 2015 em Loures

O Festival do Caracol está de volta a Loures, entre 10 a 26 de Julho, para fazer as delícias dos amantes desta iguaria tipicamente portuguesa. Com entrada gratuita, o evento conta com dez tasquinhas, espectáculos diários, espaço de animação infantil e mostras de artesanato.

Festival do Caracol Saloio 2015 em Loures
Festival do Caracol Saloio 2015 em Loures
“Caracoleta à Bulhão Pato”, “Empada de caracol”, “Chili de caracoleta” ou “Farinheira com ovos e caracóis” são algumas das especialidades que os visitantes podem degustar, durante os 17 dias do festival, nas tasquinhas que representam restaurantes do concelho de Loures.


Petiscos condimentados, animação de palco e de rua, exposições e artesanato do concelho são apenas alguns dos extras que completam o evento onde os gastrópodes são os protagonistas.

A nível internacional, o Festival entrou no livro do Guiness, em 2009, com o maior tacho de caracóis do mundo e, em 2014, o programa “Bizarre Foods”, do canal “Travel” fez um programa sobre o evento.

9º Festival do Caracol no Vale de Santarém

O Rancho Folclórico do Vale de Santarém vai realizar entre 26 e 28 de Junho a nona edição do seu Festival do Caracol.
Além dos muitos petiscos no bar do recinto, onde nunca faltarão os deliciosos caracóis,  o evento contará com a actuação de artistas de renome regional e nacional.
Na sexta-feira, às 20:30, terá lugar a abertura do festival sendo que a partir das 21:30 o Duo Novo Ritmo abrilhantará o baile pela noite dentro, apenas interrompido das 23:30 às 01:00 para actuação do cantor Sérgio Rossi.

Sábado abre às 13 e às 15:00 inicia-se a tarde radical com diversas actividades, e depois a noite iguala a de sexta, mas será a vez do grupo Geração XXI animar o baile e a cantora Nucha é a estrela convidada para actuar.

No domingo, dia 28, as actividades começam logo às 10:00 com uma Caminhada pela vila, depois às 15:00 acontece a Tarde Infantil com insufláveis e às 18:30 será a mega aula de zumba com Silvana Patrício.
O baile de domingo contará com a actuação do Duo Daniel Matos e o encerramento do Festival será às 01:00
Localização: Veja aqui o mapa

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CARTAZ DO 9º FESTIVAL DO CARACOL

Caracoleta Alentejana

[...] Casa Branca, no concelho de Sousel, saem por ano cerca de 40 toneladas de caracoletas para as lojas de uma cadeia da grande distribuição. Os responsáveis por este negócio são marido e mulher. António e Stela. [...] 

 [...] Hoje o negócio prosperou e as suas caracoletas, através das lojas Pingo Doce, são distribuídas em todo o País, quer no verão, altura forte de venda, quer no fim de ano, uma data que se tem revelado boa para o escoamento do produto. [...]

in Diário do Alentejo

Caracóis portugueses estão na moda

Produção já ultrapassou as 500 toneladas por ano e dá três milhões de euros.
A produção de caracóis em Portugal ultrapassou as 500 toneladas por ano. Segundo os dados divulgados esta quinta-feira na Lourinhã, no I Encontro Nacional de Helicicultores, está em causa um rendimento na ordem dos três milhões de euros.
De acordo com Paulo Geraldes, presidente da Cooperativa dos Helicicultores, há em Portugal cerca de 150 produtores espalhados de norte a sul do país. Este número equivale a uma área de produção de 300 hectares.
Nos últimos três anos o aumento de produtores foi na ordem dos 200% e deveu-se em parte ao financiamento comunitário. Este apoio por parte da União Europeia tem sido fundamental para a divulgação do produto a nível internacional e consequente incremento da produção e consumo interno.
Falamos de 13 mil toneladas de caracóis. Este é o número do consumo desta iguaria em Portugal. E embora seja um valor considerável, o alvo dos produtores é o mercado da exportação. Quando questionado sobre a razão para “ocupar” o mercado internacional com caracol português, Paulo Geraldes indica que “a qualidade do nosso produto” é de facto o elemento-chave.
Actualmente os países que fazem parte da lista de exportação são a Espanha, França e Itália e tem como mercados emergentes o asiático e o árabe. Geraldes volta a referir a qualidade como factor diferenciador “na promoção e aposta da comercialização internacional da helicicultura”.
Os mais jovens também estão interessados na produção de caracóis. Paulo Geraldes refere que os agricultores mais jovens são os que mais têm investido na área e mostram mais vontade de expandir e melhorar a qualidade do caracol português. “Os jovens agricultores fazem neste momento uma série de opções e análises dessas opções e alguns enveredam por outras áreas, como a pêra abacate, na zona sul, e os pequenos frutos, as ervas aromáticas, os cogumelos e alguns pela helicicultura”.

Produção de caracóis rende três milhões e está a crescer em Portugal

A produção de caracóis em Portugal ultrapassa as 500 toneladas/ano e rende três milhões de euros, mas pode crescer muito se multiplicar as exportações, segundo dados divulgados hoje na Lourinhã no I Encontro Nacional de Helicicultores.

A informação disponibilizada aponta para a existência de centena e meia de produtores, de norte a sul do país, e 300 hectares de área de produção.

Entre 2012 e 2013, o número de produtores aumentou mais de 200%, graças em parte ao financiamento comunitário de projetos.

Antes de 2009, estima-se, existiriam apenas cinco produtores em todo o país, mas a procura por áreas de negócio alternativas à agricultura tem vindo a atrair investidores e em 2013 os produtores eram já mais de 60.

A Helixcoop, a única cooperativa de helicicultores a nível nacional, tinha 13 associados em 2011, quando foi constituída, e hoje possui cerca de 30. 

Em Portugal, são consumidas por ano cerca de 13 mil toneladas de caracóis, de várias espécies, por ano. 

Dados de 2014 apontam para mais de 500 toneladas produzidas e três milhões de euros faturados. Desta produção, 80 a 90% tem como destino o mercado nacional, mas em 2014 o país importou 1,1 toneladas, adquiridas a um preço médio de um euro por cada quilograma.

Em contrapartida, exportou 22,6 toneladas, vendendo o produto a um preço médio de três euros o quilograma e tendo como principais mercados a Espanha, França, Itália, os grandes concorrentes de Portugal no mercado externo. Entre os mercados emergentes estão países asiáticos e árabes.

Os helicicultores querem, por isso, valorizar a produção nacional, combatendo a entrada de outras espécies, como a "caracoleta de Marrocos", vendida a baixos preços e sem grande qualidade, e apostando na exportação e na transformação do produto, por exemplo, com a venda de miolo de caracol ou pratos já confecionados.

"É um produto com grande valor nutricional, nomeadamente proteico, e pode substituir muitas carnes, por ter baixo teor de gorduras", explicou Paulo Geraldes, presidente da Helixcoop, que tem sede na Lourinhã.

Os caracóis têm também compostos bioativos que previnem o cancro, motivo pelo qual os ovos e a baba de caracol são procurados pela indústria farmacêutica. O helicicultor adiantou que 1 a 2% da produção tem já esse destino.

A Helixcoop está a desenvolver um projeto para criar a primeira organização de produtores do país, no sentido de organizar a produção e criar canais de comercialização, não só junto de cadeias de hipermercados nacionais, que já absorvem 15 a 20 toneladas, bem como no estrangeiro.

LUSA

Boa hipótese para se iniciar na criação de caracóis


Um leitor teve a simpatia de nos informar de um anúncio no OLX em que uma empresa de criação de caracóis, além da venda de alevins e reprodutores, aceita dar formação a quem pretenda iniciar-se na helicicultura mediante condições a combinar.

Como as formações nesta área são muito raras, e normalmente bastante caras, fica a dica para uma boa oportunidade através da qual, se optarem por iniciar-se, poderão ter a vantagem de conhecer profundamente a origem e qualidade dos vossos próprios reprodutores e alevins.


A empresa situa-se em Barcelos e os interessados podem contactar através do telemóvel  911 580 716.

 Quer iniciar uma criação de caracóis ?







A produção de caracóis de Samuel Henriques

Samuel Henriques esteve sete anos nos pára-quedistas, em Tancos. Aproveitando a cessação do contrato, a vontade de montar um negócio e a busca por uma situação melhor da que lhe proporcionava o vencimento da Força Aérea, este ex-militar decidiu-se a criar caracóis, fixando para o primeiro ano uma meta que ronde as dez toneladas. A experiência piloto decorre neste momento no Peso (Santa Catarina).
A ideia de ser helicicultor (produtor de caracóis) surgiu por acaso quando, devido a um problema de saúde, o então pára-quedista esteve internado no hospital do Lumiar, antigo hospital da Força Aérea, entre Abril e Julho de 2013. Com tempo livre de sobra, Samuel Henriques fez abundantes pesquisas na Internet para a criação de caracóis, um projecto que o seu pai iniciara, sem sucesso, há 15 anos.
O seu primeiro projecto nesta área, iniciado em Setembro do ano passado, contava com um parque na freguesia de Salir de Matos, em que os caracóis eram alimentados só com produtos biológicos. “Mas não dava lucro porque demorava entre oito a 12 meses até o caracol ficar feito” contou.
Por isso, decidiu abandonar as boas intenções de criar um produto biológico e resolveu apostar numa farinha própria para alimentar caracóis. É que, no fim de contas, o mercado nacional não faz distinção entre os caracóis que são alimentados biologicamente e os que não o são. Por outro lado, ao reduzir o tempo de crescimento em um terço, consegue-se assim acelerar o processo de crescimento que passa a ser inferior a quatro meses.
A partir de Fevereiro deste ano o projecto ganhou, assim, nova forma. Samuel Henriques diz que objectivo passa agora por “perceber o quão rentável pode ser este negócio”. Um negócio que passa por comprar um lote inicial de caracóis pequenos, que depois crescem e se reproduzem. Para o fim deste mês, o helicicultor já prevê uma produção de oito toneladas destes moluscos.
Cada quilo de caracóis pode ser vendido a 2,50 euros no mercado nacional. Mas a aposta é na exportação, até porque “o mercado interno é difícil porque entra muito caracol de Marrocos com o qual é impossível competir” contou o empresário. Os preços que os produtores do Norte de África conseguem alcançar, “apesar de o caracol deles não ter tanta qualidade, são muitos mais baixos, visto que lá se praticam salários mais baixos também” disse.
A solução passa por exportar os caracóis para Espanha, Suíça, Itália e França.
“Potenciar os terrenos”
Inicialmente a ideia de Samuel Henriques era produzir morangos em regime de hidroponia com o apoio do PRODER, mas “não sabia como escoar 70 toneladas de morangos”, e entretanto os prazos para as candidaturas cessaram. O ex-militar sentia necessidade de “potenciar os terrenos” que possui no Peso (Santa Catarina) até porque ficou convencido que os caracóis “têm uma margem de lucro superior à dos morangos”. Por outro lado, o investimento inicial era reduzido, visto que já possuía “pequenas parcelas de terreno, água e as mangueiras” disse à Gazeta das Caldas.
Foi assim com muitas horas de trabalho dele próprio que conseguiu criar um habitat propício às espécies Helix Aspersa Maxima e Petis Gris.
Neste caso, o investimento foi reduzido, mas geralmente, para criar caracóis a céu aberto  num terreno de 2500 m2 são precisos 10.000 euros. Em estufa já ronda os 60.000 euros, mas com a vantagem é que a estufa permite produzir ao longo de todo o ano.
Samuel Henriques explica que um investimento deste tipo, para ser rentável, necessita de um mínimo de meio hectare, que possibilita produzir dez toneladas de caracóis a cada quatro meses.
Artigo de Isaque Vicente in Gazeta das Caldas

Estão de volta os caracóis!

Todos os anos a fórmula repete-se: chega o calor e as esplanadas enchem-se de fanáticos dos caracóis. Um negócio sazonal, alimentado (também) à custa das toneladas que se importam de Marrocos

A época dos caracóis abre mesmo antes de abrir. Depois de um inverno à míngua, assim que surgem os primeiros dias de calor, os clientes habituais começam a perguntar por este petisco nos restaurantes e cafés. Mas só agora eles estão por todo o lado, fazendo-se anunciar com um "Há Caracóis", pespegado nas montras.
Esta é a altura em que a população se divide entre os que não compreendem a euforia em torno destes pequenos animais ("blegh!"), que se sugam com a ajuda de um palito, e os que não perdem uma oportunidade para comê-los enquanto dura a estação.
Cristina Santos Silva, 49 anos, está todo o ano à espera que os caracóis lhe caiam no prato. De maio a agosto, junta-se com as amigas todas as sextas-feiras, para satisfazer esse desejo. Entretanto, vai aproveitando os finais de tarde para continuar a petiscar com a família. Encontramo-la no Boa Esperança, em Benfica, à mesa com o seu filho António Bernardo, de 22 anos. Enquanto falamos, os dois despacham uma travessa (€8) - "há que comê-los quentinhos". E assim que a cunhada Sofia se senta à mesa, mandam logo vir outra.
Esta pequena cervejaria tem bom caracol, diz-se. Há pelo menos 28 anos, desde que Joaquim Gomes pegou no negócio, que assim é. O fornecedor traz-lhe carregamentos da zona de Fátima e, como o armazém fica na Brandoa, pode pedir-lhe mais, consoante a procura, mesmo que seja ao fim de semana. "O nacional é mais pequeno e fininho, mas também mais saboroso. Os clientes estão habituados a estes", nota Joaquim.

De Marrocos, ao preço da chuva
Já se sabe: o nosso está sempre a ser comparado ao de Marrocos, país de onde vem a maioria dos espécimes que se comem em Portugal. Francisco Conde, da Casa dos Caracóis, é um dos maiores responsáveis por importá-los, abastecendo os principais supermercados e restaurantes nacionais (a norte do Mondego ninguém quer saber desta iguaria). Só em 2013 - "um ano espetacular" - comprou cem toneladas por semana. Quando a época acaba, Francisco Conde pega na família e vai passear. O negócio, diz, "dá para vivermos todos, o ano inteiro".
Agora, está prestes a abrir a primeira casa em Lisboa, na Rua de Campolide (tem mais nove na margem sul). Trata-se de uma "superloja, que também tem take away", onde haverá caracóis crus (de €2 a €3,5 o quilo) ou cozinhados (€8,5 a dose). Ele compra-os a menos de um euro por quilo aos marroquinos. Não admira, pois, que em Portugal não haja produção de caracóis (só de caracoletas). Mónica Faria, presidente da única cooperativa agrícola de helicicultores, que apenas investe na caracoleta, explica: "Eles chegam de Marrocos ao preço da chuva. É impossível concorrer com aquele produto."
No entanto, Paulo Fragoso, da Biocaracol, dedica-se a distribuir exemplares nacionais, que são apanhados por várias pessoas nos campos da região de Santarém. E chega a vender cerca de mil quilos por semana, dependendo da qualidade do marroquino. "Esse acaba mais cedo do que o nosso, porque lá faz muito calor. Então, passo a trabalhar com o nacional", explica Vasco Rodrigues, filho do Júlio dos Caracóis, uma instituição na matéria. Neste momento, há 310 lugares na Rua Vale Formoso, perto de Chelas, à espera dos clientes habituais, que já nem questionam o segredo para tanto sucesso. "Só posso dizer que usamos uns produtos que vêm de Espanha", desvenda. De resto, é ele quem lava e coze os gastrópodes, com toda a ciência. O resultado está à vista de quem por lá passe: "A partir das cinco da tarde até às dez da noite é um mundo de gente." Com doses a cinco euros, faça-se as contas...

Petiscar sem culpa
Descansem os adictos de caracóis - desde que não se abuse nas imperiais que normalmente os acompanham, nem se mergulhe o pão no molho, estes petiscos só trazem benefícios nutricionais. Eles são:
  • Ricos em água (70 a 85%)
  • Muito proteicos (13 a 15%)
  • Pobres em lípidos (0,3 a 0,8%), mas com boa quantidade de ácidos gordos polinsaturados
  • Abundantes em sais minerais, sobretudo magnésio, cálcio, ferro, cobre e zinco
  • Dietéticos - 100g de caracóis cozinhados têm menos de 100 calorias

Festival do Caracol no Vale de Santarém



O Rancho Folclórico do Vale de Santarém vai realizar entre 26 e 29 de Junho a oitava edição do seu Festival do Caracol.
Além dos muitos petiscos no bar do recinto, o destaque vai para a actuação de David Antunes e a Midnight Band, no sábado, 28, a partir das 22h00.
Antes, na sexta-feira, às 17h00, a abertura do festival fica marcada pela exibição, em ecrã gigante, do jogo Portugal - Gana, a contar para a última jornada da primeira fase do mundial de futebol. A partir das 21h30 atua o duo Novo Ritmo.
No domingo, 29, o ponto alto será a mega aula de zumba, prevista para as 21h30

Chegou a época de comer caracóis !


Estão de volta os caracóis!

Todos os anos a fórmula repete-se: chega o calor e as esplanadas enchem-se de fanáticos dos caracóis. 
Um negócio sazonal, alimentado (também) à custa das toneladas que se importam de Marrocos


A época dos caracóis abre mesmo antes de abrir. Depois de um inverno à míngua, assim que surgem os primeiros dias de calor, os clientes habituais começam a perguntar por este petisco nos restaurantes e cafés. Mas só agora eles estão por todo o lado, fazendo-se anunciar com um "Há Caracóis", pespegado nas montras.
Esta é a altura em que a população se divide entre os que não compreendem a euforia em torno destes pequenos animais ("blegh!"), que se sugam com a ajuda de um palito, e os que não perdem uma oportunidade para comê-los enquanto dura a estação.
Cristina Santos Silva, 49 anos, está todo o ano à espera que os caracóis lhe caiam no prato. De maio a agosto, junta-se com as amigas todas as sextas-feiras, para satisfazer esse desejo. Entretanto, vai aproveitando os finais de tarde para continuar a petiscar com a família. Encontramo-la no Boa Esperança, em Benfica, à mesa com o seu filho António Bernardo, de 22 anos. Enquanto falamos, os dois despacham uma travessa (€8) - "há que comê-los quentinhos". E assim que a cunhada Sofia se senta à mesa, mandam logo vir outra.
Esta pequena cervejaria tem bom caracol, diz-se. Há pelo menos 28 anos, desde que Joaquim Gomes pegou no negócio, que assim é. O fornecedor traz-lhe carregamentos da zona de Fátima e, como o armazém fica na Brandoa, pode pedir-lhe mais, consoante a procura, mesmo que seja ao fim de semana. "O nacional é mais pequeno e fininho, mas também mais saboroso. Os clientes estão habituados a estes", nota Joaquim.

De Marrocos, ao preço da chuva
Já se sabe: o nosso está sempre a ser comparado ao de Marrocos, país de onde vem a maioria dos espécimes que se comem em Portugal. Francisco Conde, da Casa dos Caracóis, é um dos maiores responsáveis por importá-los, abastecendo os principais supermercados e restaurantes nacionais (a norte do Mondego ninguém quer saber desta iguaria). Só em 2013 - "um ano espetacular" - comprou cem toneladas por semana. Quando a época acaba, Francisco Conde pega na família e vai passear. O negócio, diz, "dá para vivermos todos, o ano inteiro".
Agora, está prestes a abrir a primeira casa em Lisboa, na Rua de Campolide (tem mais nove na margem sul). Trata-se de uma "superloja, que também tem take away", onde haverá caracóis crus (de €2 a €3,5 o quilo) ou cozinhados (€8,5 a dose). Ele compra-os a menos de um euro por quilo aos marroquinos. Não admira, pois, que em Portugal não haja produção de caracóis (só de caracoletas). Mónica Faria, presidente da única cooperativa agrícola de helicicultores, que apenas investe na caracoleta, explica: "Eles chegam de Marrocos ao preço da chuva. É impossível concorrer com aquele produto."
No entanto, Paulo Fragoso, da Biocaracol, dedica-se a distribuir exemplares nacionais, que são apanhados por várias pessoas nos campos da região de Santarém. E chega a vender cerca de mil quilos por semana, dependendo da qualidade do marroquino. "Esse acaba mais cedo do que o nosso, porque lá faz muito calor. Então, passo a trabalhar com o nacional", explica Vasco Rodrigues, filho do Júlio dos Caracóis, uma instituição na matéria. Neste momento, há 310 lugares na Rua Vale Formoso, perto de Chelas, à espera dos clientes habituais, que já nem questionam o segredo para tanto sucesso. "Só posso dizer que usamos uns produtos que vêm de Espanha", desvenda. De resto, é ele quem lava e coze os gastrópodes, com toda a ciência. O resultado está à vista de quem por lá passe: "A partir das cinco da tarde até às dez da noite é um mundo de gente." Com doses a cinco euros, faça-se as contas...

Petiscar sem culpa
Descansem os adictos de caracóis - desde que não se abuse nas imperiais que normalmente os acompanham, nem se mergulhe o pão no molho, estes petiscos só trazem benefícios nutricionais. Eles são:
  • Ricos em água (70 a 85%)
  • Muito proteicos (13 a 15%)
  • Pobres em lípidos (0,3 a 0,8%), mas com boa quantidade de ácidos gordos polinsaturados
  • Abundantes em sais minerais, sobretudo magnésio, cálcio, ferro, cobre e zinco
  • Dietéticos - 100g de caracóis cozinhados têm menos de 100 calorias

Luísa Oliveira (texto publicado na VISÃO 1107, de 22 de maio)

Criação de escargots no Brasil é um investimento lucrativo

Aprenda as técnicas de criação e seja um diferencial no mercado


Escargots têm baixo teor de gordura e colesterol

A criação de escargot, também conhecida como helicicultura, destinada ao comércio no Brasil é recente, data do início da década de 80. Antes disso, os moluscos eram criados como atividade meramente esportiva, por hobby. A necessidade de direcionar esse produto ao comércio é oriunda de uma demanda cada vez mais maior em relação a esse tipo de alimento, nobre e saudável. A carne de caracol é rica em diversas substâncias, como proteína, cálcio, ferro, magnésio e sódio. Quando comparada a outras fontes proteicas, ela ainda se destaca pelo seu baixo teor de gordura e colesterol.

Como criar escargots

O curso Escargots: A Tecnologia Correta de Criação, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, ensina como proceder com o planejamento e a instalação desse negócio, como deve ser feito o manejo e o comércio dos moluscos, além de explicar em detalhes como ocorre a reprodução e a prevenção de doenças em escargots. O professor Edson Assis Mendes e o zootecnista José Luiz Machado, ambos do Instituto de Zootecnia da UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, elencam as espécies de escargots e as características que qualificam cada uma delas.

Instalações da helicicultura

Escargots são ricos em proteína, cálcio, ferro, magnésio e sódio

A instalação necessária para que a criação desses moluscos seja iniciada vai depender de diversos fatores, como a quantidade de animais que se pretende criar, o clima e o relevo do local. É imprescindível que o local onde serão depositadas as caixas de criação seja bem fechado para proteger os caracóis de possíveis predadores e para facilitar o controle da temperatura e da umidade. Mendes e Machado citam que um umidificador é suficiente para ambientes de pequenas criações. No entanto, ele pode ser substituído por borrifadores ou bicos aspersores de água.

Sistemas de criação


O professor e o zootecnista elencam e caracterizam os três tipos de criação de moluscos possíveis:
- Sistema extensivo: quando os escargots são criados ao ar livre;
- Sistema semi-intensivo: quando a eclosão dos ovos ocorre em ambiente controlado, mas os moluscos jovens são levados para o ambiente externo depois de 6-8 semanas;
- Sistema intensivo: quando os caracóis são mantidos em cativeiro.

Caixas de criação

Os animais e seus excrementos não lançam mau cheiro no ambiente de criação

As caixas de criação, segundo Mendes e Machado, devem ser mantidas a uma certa distância do chão a fim de facilitar o manuseamento. Esses pés, ou estacas, precisam ser revestidos com um “avental” de plástico ou metal para impedir que possíveis predadores tenham acesso aos caracóis e os ataquem. Essas caixas de criação, normalmente quadradas ou retangulares, não podem ser depositadas em locais que recebam incidência direta de sol e chuva. É recomendado que sejam feitas pequenas aberturas no fundo das caixas para que o excesso de água não se acumule em seu interior. A terra, escura e crivada, deve ser depositada até uma altura de 18-25 cm.

Considerações sobre a comercialização


Mendes e Machado citam as possibilidades de comercialização que podem ser exploradas pelos criadores de escargots:
- venda de escargots vivos para indústrias de conserva;
- venda de carne congelada;
- venda de pratos prontos (congelados ou não);
- venda de conchas para artesanato;
- venda de conchas para produção de ração animal;
- venda de iscas vivas para pescaria.
O mercado consumidor de escargots é formado por restaurantes, hotéis, gourmets shops, supermercados, famílias, indústrias de conserva, exportadores, decoradores, arquitetos, boutiques, indústrias de ração e pesqueiros do tipo “pesque e pague”.

No sistema extensivo, os moluscos são criados ao ar livre

Vantagens da criação de escargots

Entre as vantagens da criação de escargots, pode-se destacar a possibilidade de executarmos tal atividade em pequenas propriedades cujo manejo seja oriundo da mão de obra familiar, tornando-a menos custosa. Além disso, ela dispensa tecnologias avançadas; os animais e os seus excrementos não lançam mau cheiro; as instalações e o manejo são simples, bem como as ferramentas e os equipamentos necessários são baratos.

Por Camila Guimarães Ribeiro

Onde comer caracóis em Leiria ? Fica a sugestão.

O calor pede petiscos e há um em particular que é daqueles que ou se ama ou se odeia. É verdade, são eles mesmo: os caracóis, petisco do pobre que com o tempo ganhou reputação de marisco.
Todo o amante de caracóis, em Leiria, conhece a churrasqueira Reis, na Cruz d’Areia. 
Doses bem servidas, caracol rechonchudo e imperial a estalar.  Estivemos lá e atestamos a qualidade do bichinho bem como do tempero. Uma verdadeira delícia!
Nesta casa só entra caracol vivo e gastam-se “à vontade” 60 quilos por semana, diz-nos a custo José Reis, o proprietário. Confiança máxima no fornecedor e receita tradicional, sem extras nem invenções são o truque, já que “não há segredo nenhum, além do facto de serem cozinhados todos os dias”, garante José.
“Os meus caracóis podem comparar-se, em termos de validade, a uma sopa. Não podem ser comparados a esses caracóis que se compram já confeccionados e que duram duas semanas no frigorífico.”
Onde comer caracóis na zona centro de Portugal

Sobre a fama da casa sabe apenas que tem contado com “o boca-a boca dos clientes satisfeitos e do serviço take-away”, já que boa parte das vendas é feita para fora, “o que acaba por ajudar a que outras pessoas fiquem a conhecer, mesmo sem vir cá”, explica.
A Churrasqueira Reis existe há 13 anos e a fama do caracol foi crescendo. Diz quem domina o assunto que “aquilo dos meses com R não é verdade” [diz-se que os caracóis só estão bons para comer nos meses sem R, ou seja de Maio a Agosto], e que “para o caracol ser bom basta haver sol, pelo que de Abril a meados de Setembro há bons caracóis”, garante José.
Mas como grande parte do caracol que comemos é importado, até se podia comer o ano inteiro. Só que os hábitos e a cultura não se mudam assim por dá cá aquela palha, pelo que caracol só com sol.
É verdade, este ano tem-nos faltado o sol e depois quem paga é o caracol.
Churrasqueira Reis
Rua Lino António, lote 53, r/c esq.
Cruz d’Areia – Leiria
Telefone: 244 802 410
Horário: segunda a sábado, das 9h30 às 2h
Encerra ao domingo
Petiscos até às 22h
Outros petiscos: moelas, pipis, pataniscas, orelha assada, chamuças, etc.

Ovos de Caracol - O "Caviar Branco"

É conhecido como "caviar branco" e vendido a cerca de mil euros o quilo.
Trata-se do ovo de caracol que está a ser estudado pela Universidade do Algarve. Comentários de Isabel Carvalho, coordenadora "Food Science Lab".


Praga na Europa: verme ameaça caracóis de extinção

Chega à Europa uma praga que ameaça os caracóis de extinção.
Importante ameaça à biodiversidade em França e na Europa.

Os caracóis que fazem as delícias dos portugueses durante os meses de verão podem ter os dias contados, e a culpa é de uma praga. 
Verme-Nova Guiné
Verme-Nova Guiné ( Platydemus Manokwari )
A 'catástrofe' pode começar em França, onde o caracol é um prato típico, caso o país não consiga deter a invasão de um verme achatado e viscoso do sudeste asiático, alertaram os cientistas.

O Verme-Nova Guiné, como é conhecido, integra a lista das 100 espécies invasoras mais perigosas do mundo, pois tem um apetite voraz por caracóis e minhocas. 
Os trabalhadores de um jardim botânicos em Caen, na Normandia, foram chamados para analisar um verme estranho, escuro, com cabeça em forma de bolacha, que havia nas plantas de uma estufa local. Uma reportagem da revista 'PeerJ', na terça-feira, revelou que os especialistas confirmaram, através de testes de ADN, os piores receios: o 'Platydemus Manokwari' chegou à Europa. 
Platydemus Manokwari
Verme-Nova Guiné ( Platydemus Manokwari )

"Esta espécie é extremamente invasiva", contou Jean-Lou Justine, do Museu Nacional de História Natural. "Por isso, espero que a praga possa ser travada ainda nos estágios iniciais." E acrescentou: "Todos os caracóis na Europa podem ser dizimados e isso teria um enorme impacto na culinária francesa e não só." 
O Platydemus Manokwari tem cerca de cinco centímetros de comprimento por cinco milímetros de largura. A parte traseira é verde-azeitona e preta, tem abarriga branca onde se pode encontrar a boca, a sua maior arma. A cabeça é alongada, com dois proeminentes olhos negros. 



O verme pode apanhar os caracóis em qualquer parte, visto que se deslocam da mesma forma, e forçá-los a sair da casca. Os biólogos estão alarmados com o seu apetite. 
Platydemus Manokwari
Verme-Nova Guiné ( Platydemus Manokwari ) mata caracóis
O habitat original do verme é as montanhas da Nova Guiné, em altitudes de 3.000 metros, onde a temperatura é moderada. Testes demonstraram que o verme pode sobreviver a temperaturas abaixo de 10 graus Celsius, o que lhe dá uma grande capacidade de sobrevivência em quase todas as regiões do globo. "Platydemus Manokwari representa uma nova e importante ameaça à biodiversidade em França e na Europa, que abriga centenas de espécies de caracóis, algumas das quais ameaçadas de extinção e protegidas", alerta o artigo da 'PeerJ'. "Por isso, é importante considerar a implementação de medidas de erradicação e controlo deste verme.”

Verme é capaz de seguir o rastro dos caracóis

Classificado entre as 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo, este verme foi intencionalmente introduzido na Nova Guiné, como um agente biológico para controlar pragas de caracóis. Ele é capaz de seguir as suas "faixas", subir ás árvores para encontrar as presas e até mesmo fazer ataques gregários do tipo de "gangues organizados" .

Para os cientistas que fizeram a descoberta é urgente  atacar já a praga para evitar a proliferação desta espécie. Já existe um evento precedente no norte das ilhas britânicas por uma outra espécie de verme, o triangulatus Arthurdendyus, vindo da Nova Zelândia que foi responsável, de acordo com os pesquisadores, por "reduções significativas nas populações de minhocas" resultando num possível declínio na fertilidade do solo.

Brasil: Produtor do Rio de Janeiro investe na criação de caracóis

Um produtor do Rio de Janeiro investe, há anos, na criação de escargot, um molusco muito apreciado na culinária francesa. 
Para conseguir sucesso neste ramo, ele teve que adaptar várias técnicas de cultivo. 
Depois de um período de 10 anos na França, Alfredo Chaves, que era psicanalista, resolveu criar escargot na propriedade da família no Rio de Janeiro. 

O criatório existe há 17 anos. 
A propriedade fica nas montanhas, a 850 metros de altitude, onde a água é abundante e o clima fresco e úmido, condições que favorecem a criação de escargot. 
As primeiras tentativas não deram certo, pois os caracóis não se desenvolveram bem. Mas Alfredo persistiu, fez pesquisas e mudanças no processo de produção. 

Hoje ele é um dos maiores criadores de escargot do estado do Rio de Janeiro, com uma produção de 1,5 tonelada por ano. 

A criação é feita em parque aberto e não em cativeiro, como é mais comum. 
Os escargots ficam ao ar livre sem cobertura, circulando e se alimentando à vontade. 
Apenas uma tela protege o espaço da invasão de pássaros, que se alimentam dos caracóis e podem prejudicar a criação. 

O período de engorda dos caracóis pode levar cinco meses. Eles ficam em canteiros de bambus. 
Os caracóis maiores e de conchas perfeitas são separados para escapar do abate. 
Eles são selecionados como matrizes para produzir os ovos de escargot para o ano seguinte. O padrão de qualidade é mantido com a introdução de matrizes importadas da França. 

Alfredo faz planos para dobrar a produção. "Sei que outros estados estão querendo e estou me preparando para vender para o Brasil todo", afirma. 
A dúzia do escargot, já preparado, é vendida aos restaurantes por R$ 25. O escargot pode ser congelado cru ou cozido e costuma ser servido principalmente com manteiga de ervas.

O segredo no negócio dos caracóis

Crise também chegou ao mundo dos petiscos, num sector dominado pela importação de caracóis e caracoletas do Norte de África
caracoles e caracoletas
Este negócio está dominado pela importação de
caracóis e caracoletas do Norte de África
Os portugueses nem sequer deram por nada, mas na verdade este Verão correu o sério risco de não ser tão soalheiro como os anteriores. O caracol, o petisco estival de eleição nacional (pelo menos a sul do rio Mondego), teve a sua produção ameaçada este ano e a sua época podia nem sequer ter aberto este ano em Portugal.
O reino de Marrocos é onde são produzidos a maior parte dos caracóis e caracoletas presentes nas mesas portuguesas e dois acontecimentos recentes no país do norte de África podiam ter ensombrado este Verão: A falta de chuva no início da primavera e a celebração do mês de jejum dos muçulmanos, o Ramadão.
“Foi um ano atípico na produção de caracóis. Um mau ano por causa do Ramadão e do tempo”, afirma Ricardo Alves, gerente da Beta Caracóis, uma empresa revendedora que também exporta para Espanha e França. “O Ramadão teve início a 18 de Julho e termina na próxima segunda-feira, e durante o dia a maior parte do dia a população não trabalha”, explica.
“O caracol é todo apanhado de forma selvagem, não passa por estufas ou viveiros como muitas pessoas pensam, e depende também das condições climatéricas da altura. E este ano não choveu quando devia chover, o que originou uma fraca produção", revela o responsável.
Ricardo Alves explica também o porquê das empresas revendedoras importarem os caracóis: “Portugal não produz em quantidade suficiente nem para o seu mercado interno e muito menos para exportação”.

Marrocos também é o local de origem dos caracóis servidos na mítica casa alfacinha Júlio dos Caracóis na rua Vale Formoso de Cima, em Marvila, mas a produção nacional também tem lugar marcado à mesa. “Neste momento estamos a comprar metade dos caracóis vindos de Marrocos e a outra metade de Santarém. Estamos a comprar duas qualidades porque como já estamos no fim da época, os marroquinos já não estão a 100%”, adianta Vasco Rodrigues, dono do restaurante fundado pelo seu pai em 1958.
Também na cervejaria Novo Dia, em plena Avenida da Igreja, Alvalade, os caracóis servidos são exportados, conforme explica António Castro, sócio-gerente. “A maior parte vem do norte de África, de Marrocos”.
Para tentar combater a importação dos moluscos gastrópodes, nome técnico do caracol, foi criada no início deste ano a HelixCoop, uma cooperativa de produtores de caracoletas, na Atalaia, Lourinhã. “Neste momento são 19 produtores de várias regiões do país”, diz a delegada-presidente da cooperativa.
Os produtores sentiram a necessidade de se juntarem como forma de combater a importação do produto, revela Mónica Faria. “Quisemos ser pioneiros e tentámos por um bocadinho de tino no mercado. Por enquanto este ainda é muito controlado pelos revendedores e muitos deles trazem a caracoleta do Norte de África, de países como Marrocos”.
É verdade que em Portugal só se comem caracóis e caracoletas abaixo do Mondego? Mónica Faria acredita que sim e a sua teoria é confirmada pelos números das vendas: "Só vendemos na região entre Leiria e Setúbal".
Recessão chega à mesa dos portugueses
Mas há males que vêm por bem e foi este o caso da Beta Caracóis, revendedora com lojas em Almada e na Costa da Caparica. A empresa familiar, que conta com três gerações na sua liderança, não tem sentido a crise de forma particularmente agressiva e este ano o Ramadão e a falta de chuva até foram oportunos e acabaram por ajustar a oferta à procura. “Como houve muito menos quantidade do que no ano passado, escoamos o produto todo”, explica Ricardo Alves, destacando que as encomendas da empresa são feitas antecipadamente com base nas vendas dos anos anteriores.
Nos últimos anos a revendedora tem vendido em média 12 toneladas de caracóis e caracoletas por semana, durante o Verão.
A recessão também se tem feito sentir no Júlio dos Caracóis, mas a menor despesa dos clientes leva a um aumento da rotatividade das mesas, o que acaba por equilibrar as contas no final do dia. “A única coisa que eu noto é que as pessoas gastam menos dinheiro. Em relação ao movimento, há dias melhores e outros piores. Como temos muitos clientes, isto vai compensando. Se o cliente dantes gastava 60 euros, agora gasta 30. Antes gastava 100, agora gasta 60. Mas sai uma mesa e entra logo outra e no final do dia em vez de servirmos 100 clientes, servimos 200 com os valores a serem próximos, se bem que um pouco mais baixos”, explica Vasco Rodrigues.
Também no Novo Dia a crise tem-se feito sentir e António Castro revela que o ano tem sido particularmente duro: “Este ano a quebra foi de 50%”. Uma das causas apontadas para esta quebra, além da recessão, tem sido a falta de lugares ou de parques para estacionar o automóvel na zona: “Há pouco estacionamento, à hora de almoço uma pessoa dá três, quatro voltas ao quarteirão e nada.”
Mas a austeridade que se vive em Portugal pode ser uma oportunidade de negócio, defende Ricardo Alves: "O que é mau para uns é bom para outros. As pessoas que não puderam ir para o Algarve ou para fora, ficam em casa e investem noutras coisas como caracóis, gambas ou peixe. As pessoas não podem estar completamente fechadas e os petiscos são uma boa forma para passar o Verão."


Alguns dos melhores sítios para se comerem caracóis e caracoletas:

- O Filho do Menino Júlio dos Caracóis: Rua Vale Formoso de Cima, 140 B, Marvila, Lisboa
- Novo Dia: Avenida da Igreja, 22, Alvalade, Lisboa
- Eduardo das Conquilhas: Rua Capitão Leitão, 8, Parede
- Lagoa Azul, Avenida D. João, 10 A, Almada
- Palácio, Rua Prior do Crato, 142, Alcântara, Lisboa
- Tico-Tico, Avenida Rio de Janeiro, 19/21, Alvalade
- Casa dos Caracóis, Rua Morgado de Setúbal, 51, Setúbal
- Casa dos caracóis, Largo D. Dinis, 15-C, Odivelas
- O Apeadeiro, Vale Formoso, Estrada Almancil-Loulé, Algarve
- Restaurante Palhaçinho, Largo Dr. Francisco Sá Carneiro, 15, Faro
Por André Cabrita Mendes
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